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Soja |
Margens
apertadas exigem mais |
As indústrias fornecedoras de insumos (sementes, fertilizantes, herbicidas e outros) reajustaram os preços em índices superiores à |
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inflação e, ademais, os produtores passaram a gastar mais com aplicações de fungicidas em decorrência da ferrugem da soja (de duas a três aplicações). Dados da SEAB/DERAL apontam um aumento superior a 16% nos custos de produção (fertilizantes 20%; sementes 63%; herbicidas 11%). Conforme dados da Embrapa Soja, o custo de aplicação contra a ferrugem da soja deverá ficar equivalente ao preço de duas a três sacas de soja/hectare (ao preço atual da soja de R$ 34,00/saca = R$ 102,00/hectare para controle da doença). Os preços da soja na Bolsa de Chicago registraram mudança brusca de preços a partir de maio, quando da divulgação da primeira intenção de plantio norte-americano passando de US$ 21,83/saca para US$ 11,61/saca em outubro, uma queda de 47% nas cotações internacionais. É importante destacar que os preços internacionais da soja entraram o ano de 2004 em patamar elevado, decorrente entre outros fatores: da quebra da safra norte-americana em outubro de 2003, que puxou os preços para US$ 8,00/bushel (US$ 17,00/saca); e das perdas na safra sul americana que elevaram as cotações de US$ 8,00/bushel para níveis acima de US$ 10,00/bushel (US$ 21,83/saca) em abril/04. Por outro lado, a China, consciente de sua importância para o mercado global, haja vista que é o maior importador mundial de soja, utilizou o mecanismo de "guerra comercial" com o objetivo de baixar os preços na Bolsa de Chicago, que entre os meses de março até início de maio, chegaram a alcançar US$ 10,50/bushel (US$ 23,15/saca), o maior preço desde 1988. Na oportunidade os produtores foram alertados que esses preços não tinham sustentação e a tendência, face às estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), seria de preços no segundo semestre/2004 em torno de US$ 7,00 a 7,60/bushel, porém as cotações caíram abaixo desses patamares. O cenário especulativo sugeria aos produtores aproveitar a oportunidade de repique de preços e obter um preço médio rentável, abrindo possibilidade de margem de lucratividade maior. A partir de maio/04, com a sinalização de safra recorde nos Estados Unidos, os preços registraram curvas decrescentes, encerrando o mês de outubro em US$ 11,61/saca, isto é, uma queda de 47% nas cotações internacionais.
Dentro deste quadro, isto é, a safra de 2004/05 sinalizando margens apertadas de lucratividade, o caminho para o produtor é a administração dos custos e não perder o foco na produtividade, em outras palavras, racionalização dos custos e eficiência (ganho de produtividade). Um exercício prático permitirá visualizar melhor a estratégia: uma propriedade com produtividade média de 120 sacas/alqueire ou 50 sacas/hectare, supondo um acréscimo razoável de cinco por cento na produtividade, obterá 126 sacas/alqueire ou 52,5 sacas/hectare. O delta de seis sacas/alqueire ou duas sacas e meia/hectare, ao preço futuro maio/05 de R$ 32,59/saca, possibilitará um acréscimo de renda de R$ 195,54/alqueire ou R$ 81,00/hectare. Por outro lado, se o produtor não empregar corretamente os insumos e a tecnologia poderá ter redução de produtividade. Empregando o mesmo exemplo, supondo uma quebra de produtividade de cinco por cento, passará de 120 sacas/alqueire para 114 sacas alqueire e conseqüentemente, uma perda de renda de R$ 195,54/alqueire ou R$ 81,00/hectare. Nesta linha de raciocínio, considerando uma propriedade de 300 hectares, o ganho em eficiência resultaria em R$ 24.300,00 ou em caso contrario um prejuízo de igual valor. No Seminário de Safras & Mercado, "Perspectivas para a Soja em 2004 e 2005", realizado em Curitiba, no dia 29 de outubro, Flávio Roberto França Junior, especialista de mercado, reforçou as recomendações no tocante à comercialização da soja. Segundo França Júnior em 2004 houve forte especulação, o produtor perdeu oportunidade de realizar negócios e tem soja para vender. Assim, deverá tentar aliviar o volume de estoque, porquanto em 2005 não haverá espaço de preços melhores no 2º semestre. O mercado deverá experimentar momentos especulativos e bolhas de preços até a entrada da safra da América do Sul, com estimativa de produção recorde de 112 milhões de toneladas. "O produtor deverá acompanhar atentamente o mercado, escalonar a comercialização (não vender 60% antecipadamente, mesmo porque com contratos futuros maio/05 na Bolsa de Chicago sinalizando US$ 5,30/bushel (US$ 11,69/saca), não justifica a venda antecipada). O produto precisa aprender a vender na alta: o produtor não vende nos picos, aguardando que o preço suba mais um pouco e perde a oportunidade. O Brasil tem que adquirir a prática de formação de preços, haja vista que fazer hedge no 2º semestre é complicado, uma vez que os preços de Chicago vão para um lado e os preços internos para outro" (França Júnior, Safras & Mercado). Conforme dados de Safras & Mercado, a lucratividade da soja em 2004 ainda deverá ser positiva, porém, devendo cair de 40% para algo entre 10% e 15% em 2005. Entre os fatores foram destacados por França Júnior, constam:
As tendências apontam:
Cenário de Preços – Bolsa de Chicago
Gilda
Bozza Borges |
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Boletim Informativo nº 842,
semana de 15 a 21 de novembro de 2004 |
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