País bate novo recorde de
exportações de carne bovina


Os resultados acumulados em 12 meses indicam que
não será difícil o Brasil ser novamente líder nas
exportações mundiais de carne

O Brasil obteve US$ 1,798 bilhão com exportações de carne bovina entre janeiro e setembro deste ano, 77% a mais que o total de US$ 1,017 bilhão obtido em igual período do ano passado. Em volume, as exportações somaram 1,33 milhão de toneladas, quantidade 43% superior às 930 mil toneladas, em igual período de 2003, considerando o conceito de "equivalente-carcaça" que engloba vendas de carne in natura e industrializada.

Com base nos resultados acumulados dos três primeiros trimestres do ano, o presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, estima que em todo o ano o Brasil irá exportar 1,7 milhão de toneladas de

carne bovina, gerando receita de US$ 2,3 bilhões.

Os resultados acumulados até setembro indicam que o Brasil caminha para ser novamente o maior exportador mundial de carne bovina, como no ano passado, quando o País enviou ao Exterior 1,3 milhão de toneladas e faturando US$ 1,5 bilhão.

Somente em setembro, as exportações de carne bovina foram de 183 mil toneladas (65% a mais que as 110 mil toneladas de setembro do ano passado), gerando receita de US$ 242 milhões (70% a mais que os US$ 141,5 milhões de igual período de 2003).

Os resultados acumulados em 12 meses indicam que não será difícil o Brasil ser novamente líder nas exportações mundiais de carne. Entre outubro de 2003 e setembro de 2004, as remessas do setor renderam receita de US$ 2,29 bilhão, 70% a mais que os US$ 1,34 bilhão de outubro de 2002 a janeiro de 2003. Os principais destinos das exportações brasileiras de carnes, de janeiro a setembro de 2004, foram Países Baixos (US$ 168,2 milhões), Rússia (US$ 168 milhões) e Chile (US$ 157 milhões).

O embargo russo à compra de carnes brasileiras, anunciado em 20 de setembro depois de confirmado foco de febre aftosa no Estado do Amazonas, ainda não se refletiu em prejuízos. Em setembro, a Rússia foi o principal destino das exportações de carne in natura do Brasil, comprando 18,5 mil toneladas, o que gerou receita de US$ 29 milhões. Segundo Nogueira, o embargo russo é problema que será resolvido rapidamente, sem causar prejuízos relevantes à soma das exportações. Em 2004, a Rússia foi responsável por aproximadamente 12% das exportações brasileiras de carne bovina.

Enquanto que segue o cenário internacional favorável para a carne bovina brasileira, no mercado interno agrava-se a queda de renda do produtor. Pesquisa realizada pela CNA e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP) mostra que de janeiro a setembro os custos operacionais totais da pecuária de corte subiram 8,27%, enquanto que os preços pagos pelo boi gordo caíram 1,72%. Nos nove primeiros meses do ano, os preços das máquinas e implementos agrícolas (item que representa 7,53% dos custos de produção da pecuária de corte) ficaram 20,69% mais caros. "Os bons resultados obtidos na exportação não chegam ao campo", diz Nogueira.

No mercado internacional, os preços da carne in natura em alta. Considerando a média entre janeiro e setembro, o preço médio de negociação da carne in natura foi de US$ 2.153 por tonelada, frente US$ 1.736, em setembro do ano passado. O preço da carne industrializada subiu, de US$ 1.924 por tonelada, na média entre janeiro e setembro de 2003, para US$ 2.191, em igual período deste ano. "No campo, no entanto, o preço pago pelo boi gordo cai desde o ano passado", destaca Nogueira.


Boletim Informativo nº 841, semana de 8 a 14 de novembro de 2004
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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