Produtores mobilizados pela
liberação da soja transgênica

A pronta resposta e a forte adesão dos produtores paranaenses surpreende lideranças agropecuárias, do movimento pró-liberação do cultivo da soja modificada geneticamente.

As diretorias de núcleos regionais e de sindicatos rurais acompanham e coordenam a distribuição e a coleta do abaixo assinado a favor de mudar a Medida Provisória 223, para dar acesso a todos que querem plantar soja transgênica. Os agricultores vêm procurando espontaneamente os sindicatos rurais patronais, inclusive os que não são associados.

Pouco mais de uma semana após o lançamento da idéia - em meados de outubro, pelo Sindicato Rural


Nelson Teodoro de Oliveira: (Campo Mourão) "Esperamos
que o presidente atenda a vontade do agricultor
paranaense e mude a MP da soja transgênica. Limitar a
escolha do que plantar é discriminação"

de Cascavel - e o feriado de Finados -, foram computadas centenas de assinaturas. Gradativamente o movimento se alastra. Há cópias rodando pelo comércio e agroindústria de municípios que ainda nem dispõe de sindicato patronal, como Mariópolis, Itapejara do Oeste e Bom Sucesso do Sul, que funcionam como extensão de base de Pato Branco.



Nelson Menegatti (Cascavel): "Oeste vê o movimento
expandir-se, atingindo outras regiões"


   Praticamente todos os municípios do Sudoeste aderiram a mobilização, conta a secretária do sindicato rural de PB, Clemilda Dala Costa Carneiro. "A cada pouco chega mais gente para assinar", conta. Quarta-feira passada (3), a entidade recebeu de volta folhas totalmente preenchidas com mais de 300 assinaturas coletadas no curto período da sexta-feira, 29 de outubro a terça, 2 de novembro.

No Oeste também a multiplicação ocorre de forma espontânea. "Praticamente todos municípios aderiram", conta Nelson Emílio Menegatti, presidente do Sindicato Rural. Diretores do Núcleo de

Sindicatos Rurais do Oeste, integrado por 28 entidades do Sistema FAEP, estiveram reunidos recentemente em Cascavel e decidiram disseminar a idéia para os seus Municípios, entre eles Medianeira.

Nelson Teodoro de Oliveira, presidente do Sindicato Rural de Campo Mourão, acredita que só em sua área de atuação vai obter 6.000 assinaturas. Além dos sindicatos patronais, cópias do abaixo-assinado circulam em cooperativas agropecuárias da região. "A coleta de assinaturas está indo muito bem. Muitos proprietários têm procurado cópias para percorrer as comunidades e os vizinhos assinarem", registra o dirigente.

Nelson Teodoro de Oliveira reforça a expectativa de que o presidente atenda a vontade dos produtores. "O abaixo-assinado não é um ato isolado; no Paraná são milhares de agricultores de


Produtores paranaenses estão otimistas com a liberação
do plantio da soja transgênica

um Estado que tem a economia baseada na agricultura", registra, interessados em uma nova tecnologia que querem experimentar. "A sociedade está se manifestando. É uma vontade do agricultor do Paraná". E conclui: Negar este direito é uma discriminação ao produtor que aguardava a decisão e a regulamentação pelo governo!".



Pato Branco "De forma espontânea, produtores vão ao
sindicato rural para colocar o nome no abaixo-assinado"


   Em Chopinzinho, Ênio Pigosso, presidente do Sindicato Rural também está otimista com a repercussão do movimento. Estão sob sua área de atuação, os manifestos que estão sendo apresentados em outros Municípios, como Sulina e Saudade do Iguaçu. "Estamos todos empenhados. Acredito que aqui o número de assinaturas passe de 1000 produtores", adianta.

Para ele, cabe ao governo estabelecer as bases para definir como ficará o novo quadro de produção. Que pode ser organizado dividido em categorias, de quem vai continuar plantando soja tradicional, de quem faz opção pela soja transgênica, e dos

produtores que vão continuar cultivando o grão orgânico. "O nosso pessoal acha que a decisão tem que ser livre".


Boletim Informativo nº 841, semana de 8 a 14 de novembro de 2004
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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