Agronegócio

Balança tem superávit de
US$ 26,2 bi até setembro

As exportações de produtos do agronegócio brasileiro geraram receita de US$ 29,8 bilhões entre janeiro e setembro deste ano, resultado 33,5% superior aos US$ 22,3 bilhões de igual período de 2003. As importações do agronegócio somaram US$ 3,6 bilhões nos primeiros nove meses deste ano, apenas 2,1% a mais que os US$ 3,5 bilhões de igual período do ano passado. O resultado final foi um grande crescimento do saldo da balança comercial do agronegócio, que atinge US$ 26,2 bilhões entre janeiro e setembro; 39,4% a mais que os US$ 18,8 bilhões dos primeiros nove meses de 2003.

Com base nos resultados acumulados até setembro, o chefe do Departamento de Comércio Exterior (Decex) da CNA, Antônio Donizeti Beraldo, estima que em todo o ano de 2004 o agronegócio será responsável por receitas de exportação de US$ 35 bilhões e importações de US$ 5 bilhões, gerando um superávit de US$ 30 bilhões. Os grandes destaques de vendas do agronegócio ao mercado internacional são os produtos do complexo soja (grão, farelo e óleo) e do complexo carnes.

De janeiro a setembro, o Brasil obteve US$ 8,7 bilhões com exportações do complexo soja, 38,3% a mais que os US$ 6,3 bilhões de igual período do ano passado. As exportações do complexo carnes somam US$ 4,5 bilhões, 56,9% a mais que os US$ 2,8 bilhões registrados nos primeiros nove meses do ano passado.

Conforme explica Beraldo, os bons resultados das exportações foram gerados pelo aumento dos volumes exportados e pela recuperação dos preços médios internacionais. As exportações de soja em grão, por exemplo, atingiram 17,4 milhões de toneladas entre janeiro e setembro, frente 16,9 milhões de toneladas em igual período do ano passado.

O preço médio, este ano, foi de US$ 283,33 por tonelada, 33,5% superior ao preço médio de US$ 212,16 por tonelada, considerando o período entre janeiro e setembro de 2003. O preço médio da carne suína exportada teve a maior alta: saltou de US$ 1.060,91, no ano passado; para US$ 1.448,92 por tonelada, este ano. "As exportações do complexo carnes devem atingir US$ 6 bilhões, o dobro do registrado em 2003, quando o setor registrou cerca de US$ 3 bilhões com vendas ao Exterior", afirma Beraldo.

Segundo explica o chefe do Decex, o Brasil conquistou maiores fatias no mercado internacional de carnes, pois ocupou espaços abertos desde que foram registrados problemas sanitários em importantes fornecedores mundiais. No caso da carne bovina, Canadá e Estados Unidos reduziram a oferta depois do surgimento de casos de encefalopatia espongiforme bovina em seus rebanhos, permitindo ao Brasil suprir a demanda. O surgimento de casos de gripe aviária na Ásia, da mesma forma, criou cenário para a ampliação das exportações brasileiras de carnes de aves.

Beraldo ressalta que os mais recentes dados da balança do agronegócio, relativos ao período entre janeiro e setembro, ainda não consideram os impactos do embargo russo às carnes brasileiras, implantado em 20 de setembro, depois do surgimento de foco de febre aftosa em bovinos do Estado do Amazonas. Como foi negociada permissão para a remessa dos lotes que já estavam contratados para exportação, ainda não foi percebido movimento de queda de preços ou de volumes exportados. "Esperamos que essa situação seja resolvida logo, pois o foco da doença foi registrada em região que não produz carne para exportação, e que também não representa risco de contágio para o resto do País", diz Beraldo.


Boletim Informativo nº 839, semana de 25 a 31 de outubro de 2004
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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