Produção agropecuária

Produto Interno Bruto cresce 4,2%,
devendo atingir R$ 164 bi em 2004

O Produto Interno Bruto (PIB) da atividade primária do setor agropecuário está crescendo com maior fôlego que o conjunto do agronegócio. Dessa forma, estudo da CNA e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP) indica que o PIB da agropecuária, considerando a produção "dentro da porteira", deverá crescer 4,2% em 2004. Já o conjunto do agronegócio, que envolve também os setores de insumos, distribuição e indústria ligados à atividade rural, apresentará elevação do PIB em 3,2% no período.

Grande destaque, isoladamente, tem o desempenho da pecuária, com elevação do PIB projetada em 5,9%. A agricultura apresenta crescimento de 3,13%, resultado que não será


O chefe do Departamento Econômico (Decon) da CNA,
Getúlio Pernambuco, explica que os setores com maiores
índices de crescimento estão colhendo os resultados
do aumento das exportações

melhor devido aos problemas climáticos que atingiram as lavouras e, no caso da soja, pela incidência da ferrugem asiática.

Os resultados do primeiro semestre permitem projetar qual será o valor nominal do PIB de cada setor para todo o ano de 2004. Dessa forma, é esperado que o PIB do agronegócio seja de R$ 524,8 bilhões este ano, contra R$ 508,27 bilhões, em 2003. O PIB da agricultura é estimado em R$ 97,78 bilhões, frente R$ 94,81 bilhões, no ano passado. Já o PIB da pecuária deve alcançar R$ 67,14 bilhões, contra R$ 63,39 bilhões, em 2003.

O chefe do Departamento Econômico (Decon) da CNA, Getúlio Pernambuco, explica que os setores com maiores índices de crescimento estão colhendo os resultados do aumento das exportações. "A demanda interna está reprimida", afirma Pernambuco. "Está sendo verificada uma redução na compra de máquinas agrícolas", cita o chefe do Decon como um dos exemplos da queda de investimentos no campo. Caso mantida a tendência, o aumento de 3,2% do PIB do agronegócio ficará abaixo da expectativa de crescimento de 4,4% para o conjunto da economia brasileira, conforme projetado pelo Banco Central.

Para o segundo semestre, preocupa a alta do petróleo, o que promete elevar os preços dos fertilizantes nitrogenados, produzidos a partir do combustível mineral. A supersafra dos Estados Unidos derrubou os preços reais de importantes commodities, como soja. Ou seja, explica Pernambuco, há quadro de elevação de custos de produção e queda dos preços recebidos pelos produtores, o que terá como efeito imediato uma redução dos gastos no cultivo da próxima safra. "Deve haver uma redução do pacote tecnológico utilizado pelos produtores", diz o chefe do Decon.

Outro estudo realizado pela CNA, que calcula o faturamento dos 25 principais produtos da agropecuária, também permite comprovar a redução da demanda interna e o vigor exportador. Conforme apura o cálculo do Valor Bruto de Produção (VBP), o faturamento de todos os produtos do setor de carnes deve atingir R$ 66,4 bilhões este ano, 3,5% a mais que no ano passado. A projeção é realizada a partir dos resultados acumulados durante o primeiro semestre.

O faturamento do setor de suínos deve atingir R$ 6 bilhões, 15,4% a mais que os R$ 5,1 bilhões do ano passado, fruto do aumento do volume produzido e elevação dos preços médios. Na agricultura, há resultados positivos para o VBP de produtos voltados à exportação.

O faturamento do setor de soja deve saltar de R$ 35,4 bilhões, em 2003; para R$ 39,1 bilhões, este ano. Já o VBP da batata, produto consumido internamente, cai de R$ 2,4 bilhões para R$ 1,4 bilhão.


Boletim Informativo nº 839, semana de 25 a 31 de outubro de 2004
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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