Agência CNA
Dados da CNA apontam que há 14 milhões de toneladas de milho estocadas, em razão da falta de mecanismos deCom as chuvas ocorridas em Santa Catarina nas últimas semanas, além da seca no Paraná e Rio Grande do Sul e o problema das pragas na região Centro-Oeste, a produção de grãos na safra 2008/2009 deverá ter queda de 5% a 8%, superando os 2,5% anunciados hoje (8/12) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A estimativa é do presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Mário Schreiner. “A projeção da Conab ainda não levou em consideração esses fatores negativos e a vulnerabilidade da produção”, explica.
Os próximos levantamentos da estatal devem projetar uma retração maior, incorporando as adversidades climáticas que aconteceram na região Sul e outros fatores negativos. “O próprio ministro da Agricultura já admite queda de 5%”, lembra.
Segundo os dados divulgados pela Conab na próxima página, o Brasil deverá produzir 140,2 milhões de toneladas. Na safra anterior, a colheita totalizou 143,8 milhões de toneladas. Schreiner frisa ainda que o levantamento da Conab não levou em conta a provável redução da área plantada na safrinha de culturas como o milho, diante dos baixos preços pagos pela saca do grão devido ao excesso de oferta no mercado, além do alto custo de produção e da restrição ao crédito para o plantio deste cereal.
Pelo
levantamento da Conab, a área plantada de milho safrinha permanecerá em
5,1 milhões de hectares. “Não há dúvida de que ira diminuir, pois o
produtor quer rentabilidade e pode reduzir sua área para equilibrar o
preço”, sustenta Schreiner. Para ele, “o produtor hoje está analisando
toda a conjuntura para saber se é vantajoso ou não produzir o milho
safrinha”.
Ainda segundo Schreiner, há 14 milhões de toneladas de milho estocadas, em razão da falta de mecanismos de apoio à comercialização. “Estimávamos exportar dez milhões de toneladas neste ano e só exportamos cinco milhões”, explica. Ele afirma que outras culturas como trigo e sorgo também enfrentam problemas de comercialização. “A falta de apoio para vender a produção leva os produtores a uma situação muito ruim, pois a safrinha representa 25 milhões de toneladas hoje”, enfatiza.