O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes (foto), defendeu o acesso dos produtos agrícolas brasileiros a novos países, em 2009, para evitar que haja excedente de oferta diante da crise financeira mundial.
Ao participar de encontro promovido por entidades representativas do setor avícola na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília, no dia 2, Stephanes afirmou que a turbulência ocorrida, nos últimos dois meses, no mercado financeiro provocou a redução de contratos de importação de produtos nacionais por tradicionais parceiros comerciais do Brasil. “A solução encontrada, hoje, é a busca por novos mercados externos, porque haverá restrição de mercados em 2009”, enfatizou o ministro.
A avicultura, na avaliação do ministro, é um dos setores que poderá buscar novos mercados. Stephanes informou, ainda, que o secretário de Defesa Agropecuária do ministério, Inácio Kroetz, está na China negociando a abertura do mercado chinês à carne de frango brasileira. O ministro explicou que um dos entraves à exportação deste produto ao país asiático é a questão sanitária. No entanto, ressaltou que, independente desta questão, “é necessária uma decisão daquele país em querer importar do Brasil”.
Stephanes falou, também, sobre a necessidade de revisão da legislação ambiental no País. Afirmou que apenas 33% do território nacional, hoje, são propícios às atividades econômicas, entre as quais a agropecuária. Acrescentou que, com a criação de novas áreas de preservação ambiental e terras indígenas, este índice poderá cair para 23%. Para ele, as áreas de produção já consolidadas devem ser preservadas e a legislação ambiental deve ser reformulada para impedir que a atividade agropecuária seja inviabilizada no País. “Hoje, a lei proíbe o plantio em várzeas, topos de morro e encostas, mas há produções agrícolas nestes locais há 100 anos e devem ser preservadas”, frisou.