A ação mais importante do Sistema FAEP nos últimos três anos foi o seu fortalecimento no Paraná. Essa conclusão foi exposta pelo presidente do Sistema FAEP, Ágide Meneguette, na abertura do Encontro Lideranças Sindicais, que aconteceu durante o evento de empreendedores e líderes rurais.
“A razão dessa ação surgiu em conseqüência das constantes ameaças ao sindicalismo, desde liquidar com a unicidade sindical, com a contribuição sindical, até tentativas de eliminar a nossa autonomia”, justificou.
Para Meneguette, o Programa de Desenvolvimento Sindical veio em resposta a esse desafio. “A idéia foi preparar nossos dirigentes sindicais para enfrentar essas ameaças e firmar a liderança desses dirigentes em suas comunidades”, disse.
Ao comentar a importância dos sindicatos rurais, o presidente do Sistema FAEP ressaltou que eles têm um papel preponderante a desempenhar nessas comunidades do interior. “Um papel social, um papel econômico e um papel político”, explicou. Segundo Meneguette, a imensa maioria dos municípios brasileiros e, por conseqüência, do Paraná, é dependente da produção agropecuária. “Todo o comércio, a indústria, os bancos, os demais serviços vivem direta ou indiretamente em função do que nós produzimos no campo”, afirmou.
Quanto ao papel político dos sindicatos, Meneguette lembrou que, por lei, os sindicatos não podem fazer política partidária. “Mas isso não quer dizer que o dirigente sindical não deva exercer seu papel político e, como cidadão, exercer política partidária, se assim o desejar. É pelo exercício da liderança política que nós vamos conseguir ver atendidas as nossas justas reivindicações”, acrescentou.
Durante sua exposição, Meneguette destacou o trabalho desenvolvido pelo SENAR-PR. “O SENAR é um instrumento poderoso para o sindicato e pode ser melhor utilizado do que vem sendo até o momento“, disse. Para ele, o Plano Estratégico de cinco anos do SENAR-PR também visa melhorar a formação da mão-de-obra na agropecuária e alcançar aqueles trabalhadores e produtores rurais que ainda não tiveram oportunidade de passar por algum curso.
“Tenho a certeza que, com esse Plano Estratégico, o SENAR se constituirá numa ferramenta utilíssima aos sindicatos para atrair novos associados e para se firmar como liderança”, afirmou.
Plano Estratégico
Durante o Encontro, o superintende do SENAR-PR, Ronei Volpi, expôs o Plano Estratégico 2009-2013, elaborado com base em pesquisa feita junto a clientes e parceiros. Foram entrevistadas 2.579 pessoas, entre produtores, trabalhadores rurais, presidentes de sindicatos, mobilizadores e instrutores. “Para 96% dos entrevistados, o SENAR-PR está no caminho certo”, disse Volpi.
Ele apresentou as linhas estratégicas de ação do Plano, como a ampliação no atendimento, a formação profissional contínua e a ênfase no empreendedorismo. Entre as ações que visam a ampliação no atendimento, Volpi destacou a implantação do Plano Estratégico de Mobilização (PEM) por município e por ano, que prioriza as cadeias produtivas. Também, ressaltou o aumento do número de Supervisões Regionais do SENAR-PR no estado, que saltará de 10 para 15 a partir do próximo ano.
Em relação à formação profissional contínua, a pesquisa apontou que 63% dos produtores e trabalhadores entrevistados estão dispostos a fazer cursos profissionalizantes com duração superior a um ano e com aulas um dia por semana. “Nas principais cadeias produtivas do estado, teremos uma formatação de módulos de forma que, no final, o participante receba certificado. Com a formação profissional contínua, o participante passa a ser efetivamente um agricultor de mão cheia”, disse.
Entre as ações com ênfase no empreendedorismo, foram destacadas a atualização e a ampliação do PER, como também, a adequação dos Centros de Treinamento Agropecuário (CTAs) para cursos de excelência.
Fortalecimento
Ao iniciar a palestra “Fortalecimento do Sistema Sindical Rural”, a presidente eleita da CNA, senadora Kátia Abreu, ressaltou o SENAR-PR. “É um exemplo para o Brasil”, disse. Abreu também destacou a importância dos agricultores na economia brasileira. “Nosso setor tem muitos problemas. Precisamos de muitas soluções. Precisamos ter, em mente, o que realmente significamos para este país”, afirmou.
Após citar números que indicam a força do setor, que representa 1/3 do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, a senadora criticou o tratamento dado à classe produtiva. “Política agrícola no Brasil: o produtor é quem banca o abastecimento. Nós precisamos ser tratados com profissionalismo”, declarou.
A presidente eleita da CNA também comentou sobre a carga tributária imposta ao setor. “Só na cadeia de alimentos, nós somos os campeões de impostos: 37% de carga tributária neste País. Na cadeia de alimentos, nós temos uma carga de 16.9. Na Europa, é 5.0 e, nos Estados Unidos, 0.7”, explicou.
Abreu ainda falou sobre a questão ambiental, que preocupa todo o País. “É uma aberração, uma excrescência em cima do produtor rural. Nós estamos zelando um bem coletivo com ônus individual. Só nós, produtores rurais, estamos pagando essa conta”, criticou.