Suspensão temporária de pagamentos de dívidas e lançamento de opções públicas de compra. Estas foram as solicitações da Comissão Técnica de Cafeicultura da FAEP em ofício encaminhado hoje pela Federação para os ministérios da Agricultura e Fazenda, senadores e deputados federais.
As solicitações se baseiam no fato de que, desde 2002, os preços de comercialização do café vêm registrando valores abaixo dos custos de produção. “Para se ter uma referência, hoje o preço de venda é de R$ 240 a saca, quando o custo de produção é de R$ 370”, esclarece Guilherme Lange Goulart, vice-presidente da Comissão Técnica de Cafeicultura.
Nos anos anteriores o cenário não foi muito diferente. A resposta foi redução na área de produção, inviabilidade de melhorias nos tratos culturais e migração dos cafeicultores para outras culturas. A crise mundial só fez agravar o problema. No ofício encaminhado, a FAEP pede que as seguintes medidas sejam tomadas em caráter de urgência:
• Suspensão temporária dos pagamentos de todas as dívidas da cafeicultura independente da origem dos recursos e datas de vencimento por um período mínimo de dois anos.
• Criação de mecanismos de geração e manutenção de renda para o produtor, tendo como primeira ação o lançamento de opções públicas de compra de café com preços acima do custo de produção.
“Com o governo fazendo este lançamento de opção pública de compra a um preço médio de R$340 ou R$350, ele sinaliza que se o mercado não tiver interesse, ele mesmo compra o produto”, explica Goulart, que acredita que pelo menos 3 milhões de sacas poderiam ser negociadas pelo mecanismo em 2009 e outros 3 milhões, em 2010. “É uma tentativa de aliviar um pouco a atual situação dos cafeicultores”. Com essas solicitações, a FAEP se une à CNA e ao Conselho Nacional do Café (CNC) em suas reivindicações.
Dois produtores de café do Paraná foram premiados com o terceiro lugar colocação no 5º Concurso Nacional da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).
O cafeicultor Osvaldo Garcia, de Cornélio Procópio, concorreu na categoria cereja descascado e teve seu lote arrematado em leilão por R$ 820 a saca. Competindo na categoria café natural, o produtor João Ferreira dos Santos Neto, de Apucarana, chegou em terceiro lugar com lance de R$ 460 a saca.
O resultado foi divulgado dia 22, durante a cerimônia de encerramento do 16º Encontro Nacional das Indústrias de Café (Encafé), em Porto de Galinhas, Pernambuco. Ambos os produtores venceram, nas respectivas categorias o certame nacional, eles concorreram com lotes de São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo.