Quase metade das operações com seguro rural no País são feitas por produtores paranaenses. E é a partir do Paraná que começa um esforço articulado para modernizar a legislação que regula o setor, ampliar as modalidades de seguro hoje oferecidas, e, conseqüentemente, massificar a adesão dos produtores.
Na semana passada (20/11), um seminário reuniu em Curitiba representantes das seguradoras, governos, produtores rurais, pesquisadores e profissionais de mercado. O Seminário Risco, Desenvolvimento e Seguro Rural buscou identificar gargalos e pontos de convergência para impulsionar os ainda baixos índices do seguro agrícola no Brasil. O fórum foi promovido pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Instituto de Economia (IE) da Unicamp.
Além de técnicos das instituições citadas acima, participaram do debate especialistas dos Ministérios da Agricultura e Fazenda, Secretaria da Agricultura do Paraná (SEAB), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ) e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar).
O diretor-financeiro da FAEP, João Luis Rodigues Biscaia, destacou que há vários anos a federação insiste na necessidade de tornar o seguro rural viável no País, para garantir renda e evitar as crises cíclicas. “O fato de termos todos aqui, debatendo a modernização do seguro, já é uma vitória”, disse Biscaia.
“Essas crises oneram a todos, não convém para ninguém. É preciso construir um modelo que reduza essas oscilações, que fazem parte do sistema de produção agrícola”, disse o vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Luis Carlos Guedes Pinto. “É muito mais econômico para o governo federal subsidiar o seguro e os custos dos prêmios do Mercado Futuro do que arcar com os constantes socorros e renegociações de dívidas”, acrescenta. Com o seguro rural mais expandido e com a proteção de preços no Mercado Futuro, acredita Guedes, “o financiamento à agricultura será mais atraente e os produtores poderão diminuir seus custos de produção, pagando juros mais baixos”.
João Elísio Ferraz de Campos, presidente da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais (CNSeg), diz que a massificação do seguro não acontecerá da noite para o dia, mas pode e deve ser acelerada. “Não dá para sair por aí e começar a fazer seguro. O seguro está dentro de uma política agrícola de longo prazo. Reuniões como essa podem nos levar a apressar este aperfeiçoamento”, disse João Elisio.