Os Estados Unidos devem produzir 79,8 milhões de toneladas na safra 2008/09, segundo relatório de setembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). São 1,1 milhão de toneladas a menos do que indicado pelo relatório de agosto. As projeções levaram em conta a baixa produtividade obtida, especificamente no leste do Corn Belt. O estoque final foi alterado para 3,67 milhões de toneladas.
A relação estoque final/consumo é de 6,9%, mantendo a indicação de estoques ajustados. As exportações norte-americanas permaneceram em 27,2 milhões de toneladas
Quanto à produção mundial, a estimativa foi alterada de 237,7 milhões para 237,9 milhões de toneladas. O consumo mundial foi projetado em 236,8 milhões de toneladas. Os estoques finais passaram de 49,3 milhões para 51,2 milhões de toneladas. A relação estoque final/consumo mundial é de 21%.
Brasil - Quanto à safra brasileira, o USDA manteve os números anteriores. O Brasil deve produzir 62,5 milhões de toneladas, esmagar 32,5 milhões de toneladas e exportar 27,5 milhões de toneladas, respectivamente. Apenas os estoques finais foram reajustados. Eles passaram de 17,9 milhões para 18,3 milhões de toneladas.
Argentina – O relatório de setembro traz novos números. A produção do país vizinho foi reavaliada para 50,5 milhões de toneladas. Já as exportações estão projetadas em 39 milhões de toneladas e o estoque final, em 22,6 milhões de toneladas.
Para a temporada 2008/09, o USDA prevê uma base referencial entre US$ 25,57/saca a US$ 28,88/saca de 60 quilos.
O mercado operou em limite de alta com ganhos de US$ 4,06/saca. Os contratos para setembro dispararam e atingiram US$ 30,86/saca.
SOJA - OFERTA E DEMANDA MUNDIAL | (milhões de toneladas)
Itens | 2003/04 | 2004/05 | 2005/06 | 2006/07 | 2007/08 (*) | 2008/09 (**) |
Estoque Inicial | 40,50 | 38,80 | 48,49 | 53,10 | 62,65 | 50,13 |
Produção | 186,75 | 215,74 | 220,94 | 236,56 | 218,22 | 237,99 |
Importação | 54,25 | 63,71 | 64,18 | 69,20 | 78,30 | 77,47 |
Esmagamento | 163,84 | 175,68 | 185,03 | 195,53 | 202,95 | 206,38 |
Consumo Total | 189,96 | 205,16 | 215,21 | 224,76 | 230,08 | 236,76 |
Exportação | 55,86 | 64,64 | 63,92 | 71,45 | 78,97 | 77,60 |
Estoque Final | 38,80 | 48,49 | 53,10 | 62,65 | 50,13 | 51,23 |
Estoque/Consumo | 20,4 | 23,6 | 24,7 | 27,8 | 21,8 | 21,0 |
Fonte: USDA – Wasde – setembro de 2008
(*) estimativa (**) previsão
No relatório de setembro do USDA a produção mundial de milho foi reavaliada. Ela passou de 789,6 milhões de para 782,9 milhões de toneladas. Já o consumo passou de 799,7 milhões para 796,5 milhões de toneladas. Os estoques finais foram reajustados para baixo. Baixaram de 112,4 milhões para 109,9 milhões de toneladas. Com isso, a relação estoque final/consumo mundial é de 14 %.
Para os Estados Unidos, dentro do aguardado pelo mercado, o USDA retificou as previsões. A produção foi revista para 306,6 milhões contra 312,1 milhões de toneladas constantes do relatório de agosto. Ou seja, 5,5 milhões de toneladas a menos. Assim, a produtividade caiu para 9.380 kg/hectare. Isso é resultado dos problemas climáticos enfrentados nas regiões produtoras. O plantio após o prazo técnico e a temporada de chuvas, durante o desenvolvimento da cultura, prejudicaram a produtividade.
Brasil – Em relação ao Brasil, o USDA manteve a produção e as exportações em 57 milhões de toneladas e 9 milhões de toneladas, respectivamente. As exportações permaneceram inalteradas. Haja vista que, diante dos preços vigentes, é mais vantajoso para o produtor comercializar seu produto internamente. Os preços internos estão acima da paridade de exportação. Os estoques finais foram retificados para 14,9 milhões de toneladas.
Argentina – Quanto à Argentina, o relatório reajustou a produção, que passou de 22 milhões para 19 milhões de toneladas. As exportações também foram reavaliadas e caíram de 15 milhões para 13 milhões de toneladas.
As projeções de preço sinalizam números atrativos. O USDA prevê preços no intervalo de US$ 11,81 a US$ 14,17/saca de 60 kg. Com isso, há expectativa de reflexos imediatos na Bolsa de Chicago.
Com o mercado de commodities marcado pela volatidade os preços experimentaram oscilações.
No dia da divulgação do relatório, a cotação na Bolsa de Chicago para os contratos com vencimento em setembro fechou em US$ 12,93 a saca de 60 quilos. No último dia 17 os preços esboçaram reação, sendo negociados em US$ 13,08 a saca de 60 quilos.
MILHO - OFERTA E DEMANDA MUNDIAL | (milhões de toneladas)
Itens | 2003/04 | 2004/05 | 2005/06 | 2006/07 | 2007/08 (*) | 2008/09 (**) |
Estoque Inicial | 124,93 | 103,42 | 130,68 | 124,62 | 108,48 | 123,46 |
Produção | 623,04 | 712,78 | 696,37 | 712,23 | 789,15 | 782,96 |
Importação | 76,55 | 77,10 | 79,47 | 90,86 | 95,47 | 83,23 |
Uso doméstico | 644,90 | 684,97 | 704,03 | 728,38 | 775,17 | 796,47 |
Exportação | 77,34 | 78,18 | 80,93 | 93,90 | 97,28 | 86,07 |
Estoque Final | 102,98 | 130,68 | 124,62 | 108,48 | 122,46 | 109,94 |
Estoque/Consumo | 15,9 | 19,1 | 17,7 | 14,9 | 15,7 | 13,8 |
O relatório de oferta e demanda de setembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) traz novos números para o trigo. A produção mundial está prevista em 676,3 milhões de toneladas. Em agosto, tinha sido estimada em 670,5 milhões de toneladas.
O consumo mundial foi retificado para 654,9 milhões de toneladas. Já os estoques finais subiram de 136 milhões para 139,9 milhões de toneladas. A relação estoque final/consumo é de 21,4%.
Brasil - Em relação ao Brasil, a produção passou de 5 milhões de toneladas para 5,4 milhões de toneladas. As importações brasileiras do cereal foram revisadas para 10,55 milhões de toneladas.
Argentina – A produção Argentina foi reavaliada. Isso devido aos problemas climáticos, como estiagem, enfrentados, pelo país vizinho. Com isso, a estimativa passou de 13,5 milhões para 12,5 milhões de toneladas. Isso representa um milhão de toneladas a menor em relação ao relatório de agosto. Igualmente, as exportações apresentaram redução de um milhão de toneladas. Agora, estão estimadas em 7,5 milhões de toneladas.
O relatório mostra que as perdas estimadas nas produções de países como a Argentina e Austrália, devem ser compensadas pelo aumento previsto nas safras da União Européia (EU), Rússia e Ucrânia.
O mercado do trigo, a exemplo dos mercados da soja e do milho, também registrou volatilidade. Após um período de baixas sucessivas, as cotações do cereal na Bolsa de Chicago assinalaram recuperação. Os contratos para setembro foram negociados em US$ 15,99 a saca de 60 quilos.
TRIGO - OFERTA E DEMANDA MUNDIAL | (milhões de toneladas)
Itens | 2008/09 (**) | 2007/08 (*) | 2006/07 | 2005/06 | 2004/05 | 2003/04 |
Estoque Inicial | 118,49 | 127,13 | 147,70 | 151,41 | 132,68 | 166,11 |
Produção | 676,28 | 610,87 | 596,30 | 628,96 | 610,12 | 554,19 |
Importação | 120,23 | 111,27 | 113,02 | 110,38 | 109,87 | 102,25 |
Cons.Indl/sementes | 530,41 | 524,22 | 511,00 | 512,15 | 503,55 | 491,92 |
Consumo p/ração | 124,47 | 95,29 | 105,87 | 111,11 | 106,57 | 96,71 |
Consumo Total | 654,88 | 619,51 | 616,87 | 623,26 | 610,12 | 588,63 |
Exportação | 122,88 | 113,96 | 111,19 | 115,48 | 111,21 | 109,38 |
Estoque Final | 139,89 | 118,49 | 127,13 | 147,70 | 151,41 | 132,68 |
Estoque/Consumo | 21,4 | 19,1 | 20,6 | 23,6 | 24,8 | 22,5 |
Gilda M. Bozza
Economista - FAEP/DTE