O volume de produção do café beneficiado ficará abaixo da projeção de aumento da estimativa de safra para 2008, de 45,54 milhões de sacas para 45,85 milhões de sacas de 60 quilos, anunciada no dia 08 de setembro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Segundo o presidente da Comissão Nacional de Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Breno Mesquita, a estiagem ocorrida nas principais regiões produtoras do País, em 2007, afetou a safra deste ano. Para ele, este período de seca atrasou o plantio e, conseqüentemente, todo o processo pós-colheita do grão, ocasionando perdas de até 10% de rendimento. “Quem peneirava o grão e tinha um rendimento de 50%, agora tem 40% a 45% de rendimento, conforme relato de vários cafeicultores”, disse Mesquita.
O representante dos cafeicultores argumentou que a Conab, ao fazer os levantamentos referentes à safra deste ano, não prevê os prejuízos na hora de beneficiar o café. Segundo Mesquita, em razão do período de estiagem, o produtor, na hora de limpar o café para vender o grão, está utilizando mais café para ensacar o produto do que em períodos anteriores. “Se fizermos uma previsão apenas de colheita no campo, os números estão próximos da realidade, mas quando os cafeicultores vão beneficiar o produto é que se vê que as quedas são maiores do que estávamos prevendo”, afirmou.
Conforme o terceiro levantamento da Conab, o total projetado para este ano é 27,1% superior ao que foi produzido no ano passado. Do total da produção estimada de 45,85 milhões de sacas, 35,27 milhões são de café arábica e 10,58 milhões de sacas de café conillon. A pesquisa também aponta que a região Sudeste vai produzir 38,51 milhões de sacas, 84% do total nacional. Minas Gerais é o principal Estado produtor, com 23,38 milhões de sacas, seguido pelo Espírito Santo, com 10,23 milhões de sacas, e São Paulo, com 4,6 milhões de sacas. Nas outras regiões, Bahia e Paraná somam juntos 4,62 milhões de sacas.