O preço real dos fertilizantes aumentou 56,29% no período de um ano, a partir de maio de 2007. No mesmo intervalo de tempo, o volume de produção expandiu apenas 3,48%. No acumulado deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) dos insumos agropecuários apresenta taxa de 10,37% e a produção primária soma 8,04%. “Na prática, tais resultados não demonstram ganhos de rentabilidade para o produtor, que aumentou sua produção, mas enfrenta elevação dos preços dos insumos e, conseqüentemente, dos custos de produção”, afirma o superintendente técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ricardo Cotta Ferreira.
No caso das rações, o crescimento do preço real foi de 17,9%, em maio, comparado a maio de 2007, enquanto o volume produzido registrava alta de 8,34%. “O aumento nos preços das rações está sendo puxado principalmente pelo custo do fosfato bicálcico pelas mesmas razões dos fertilizantes fosfatados. Precisamos promover maior concorrência no fornecimento deste insumo com ampliação das importações.”, disse Ricardo Cotta. Segundo estimativas da CNA e Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), os insumos para a agricultura cresceram 2,79% em maio, enquanto os insumos pecuários atingiram taxa de 1,75% no período, acumulando taxas de 12,4% e 7,58% no ano.
O aumento do volume de produção agrícola e os preços pecuários sustentam o crescimento do PIB da produção primária. A agricultura acumula, no ano, crescimento de 9,90% em conseqüência, basicamente, da expansão do volume produzido de 8,30%. O segmento primário da pecuária cresceu 5,63% no acumulado dos cinco primeiros meses do ano. Leite e carne bovina se destacam no segmento em conseqüência da expansão dos preços. Carne suína e ovos seguem com preços firmes.
A agroindústria vegetal foi a principal responsável pelo modesto desempenho do segmento industrial da agropecuária este ano. Caiu de 0,44%, em abril, para 0,24%, em maio. Entre as 10 indústrias que compõem o segmento, apenas a indústria de óleos vegetais, outros alimentos, elementos químicos e café apresentaram taxas positivas de crescimento no mês. A indústria do açúcar segue com taxas negativas, embora apresente início de recuperação de preços e de volume de produção. Também considerado modesto, o crescimento da indústria de processamento animal soma 2,75% no ano. A retração na oferta de boi gordo contribui para limitação. Lideram o segmento a indústria de laticínios, com 5,42%.