Os Estados Unidos devem produzir 2,85 milhões de toneladas de soja a menos na safra 2008/09. É o que aponta o relatório de julho do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado nesta sexta-feira (11).
A projeção de produção foi reajustada para 81,65 milhões de toneladas contra 84,50 milhões de toneladas do relatório de junho. Ou seja, 2,85 milhões de toneladas menor, decorrente dos problemas climáticos enfrentados.
Já os estoques de passagem foram reavaliados de 4,78 milhões de toneladas para 3,80 milhões de toneladas. Ou seja, uma redução de 980 mil toneladas.
Quanto às exportações, os números foram alterados de 28,58 milhões de toneladas para 27,22 milhões de toneladas. Ou seja, uma redução de 1,36 milhão de toneladas.
Conseqüentemente, os preços médios também foram revistos. O USDA trabalha com preços entre US$ 26,00/saca a US$ 29,00/saca para a temporada 2008/09. A produtividade média estimada é de 2.795 kg/hectare e a relação estoque final/consumo dos Estados Unidos está estimada em 7 %.
Já a produção mundial prevista é de 237,80 milhões de toneladas contra 240,67 milhões de toneladas de junho. Os estoques finais projetados são de 237,80 milhões de toneladas. O consumo está previsto em 237,87 milhões de toneladas. Com isso, a relação estoque final/consumo é de 20,5%.
Para o Brasil, o USDA manteve a produção em 64 milhões de toneladas. Em relação à Argentina, foi mantida a estimativa de junho, que era produzir 48 milhões de toneladas.
Quanto à China, a produção estimada é de 15,6 milhões de toneladas e as perspectivas de importação chegam a 34,5 milhões de toneladas.
USDA aponta uso de 100 milhões de toneladas de milho na fabricação de etanol
O novo relatório do USDA indica que os Estados Unidos deverão canalizar 100,33 milhões de toneladas de milho para a produção de etanol na safra 2008/09.
A produção americana de milho também foi reavaliada em 297,57 milhões de toneladas. Isto representa 500 mil toneladas a menos que o previsto no relatório passado, que foi de 298,08 milhões de toneladas. A produtividade média foi revista e passou de 9.336 kg/hectare para 9.305 milhões de hectares. O estoque final dos Estados Unidos foi alterado de 17,08 milhões de toneladas para 21,15 milhões de toneladas. A relação estoque final/consumo é de 7,9%.
As poucas alterações em relação à safra americana ocorreram devido à percepção de que não foram contabilizados, em sua totalidade, os efeitos climáticos desfavoráveis. Com isso, espera-se que o USDA traga um número mais próximo da realidade apenas no relatório de agosto.
Já a produção mundial de milho na safra 2008/09 deve chegar a 775,29 milhões de toneladas. Ou seja, um pouco maior que a estimada no relatório de junho, que foi de 775,26 milhões de toneladas. O consumo mundial está estimado em 794,61 milhões de toneladas: 19,32 milhões de toneladas a mais que a produção projetada. O estoque final é de 105,31 milhões de toneladas e a relação estoque final/consumo é de 13,2%.
Consumo mundial de trigo deve chegar a 647 milhões de toneladas.
O relatório de julho do USDA indica que o consumo mundial de trigo deve ser de 647,23 milhões de toneladas, cerca de 1,25 milhão de tonelada a mais que previsto no relatório de junho.
Quanto à produção mundial na safra 2008/09, a produção mundial foi reavaliada para 664,24 milhões de toneladas contra 662,90 milhões de toneladas constantes do relatório anterior.
O estoque final tem projeção de 133,06 milhões de toneladas. A relação estoque final/consumo é de 20,5%.
Em relação à produção americana, a estimativa passou para 66,97 milhões de toneladas. Já o consumo interno foi reavaliado para 36,17 milhões de toneladas e o estoque final saltou de 13,26 para 14,62 milhões de toneladas. A relação estoque final/consumo total dos Estados Unidos é de 40,4%.
Na safra 2008/09, o Brasil deve produzir 4,5 milhões de toneladas e a Argentina, 14,50 milhões de toneladas.
Já os 27 países componentes da União Européia deverão produzir um volume de 141,70 milhões de toneladas. Para a China, a previsão é de 114 milhões de toneladas. A Índia deve produzir 76,78 milhões de toneladas. Já a Austrália e o Canadá têm uma previsão de 24,50 milhões de toneladas cada um.
Gilda M. Bozza
Economista – DTE-FAEP