Custos diminuem renda e forçam
avicultores a buscar negociação

Integrantes da Comissão Técnica de Avicultura reunida na FAEP

Os avicultores paranaenses temem não se manter na atividade, a médio prazo, por causa do aumento dos custos de produção. Itens como a maravalha (usada para forrar os aviários) e a  lenha, que aquece os alojamentos, tiveram reajustes significativos nos últimos meses, sem um acréscimo de renda equivalente. A maravalha saiu de uma média de R$ 30 o metro cúbico, no ano passado, para R$ 37 em junho último; o metro cúbico da lenha subiu de R$ 30 para R$ 40, no mesmo período. Além disso, houve alta nos custos da mão-de-obra e nas despesas com energia elétrica, em função de inovações adotadas.

Uma comissão estadual, formada no início do mês em Cascavel, vai procurar as integradoras para negociar preços melhores. O que vem sendo repassado aos avicultores não tem acompanhado a elevação dos custos. “A situação afunilou tanto que já não há mais margem para a gente trabalhar”, diz o produtor Amarildo Antonio Brustolin, presidente da Comissão Técnica de Avicultura da FAEP. A comissão esteve reunida semana passada (14/07), em Curitiba.

Uma maneira de aliviar a situação dos avicultores, sem prejuízo para a indústria, é as integradoras e cooperativas assumirem o serviço de carregamento dos frangos. Brustolin explica que, como é hoje, os avicultores contratam trabalhadores informais para apanhar as aves. Sem qualificação, essa mão-de-obra sazonal acaba machucando os frangos. Os hematomas e fraturas comprometem a qualidade do lote e são depois descontados do avicultor. “Melhor que as integradoras assumam esse serviço, qualificando uma equipe própria para apanhar as aves. Não fica mais caro, por que haverá um melhor aproveitamento do lote”, diz Brustolin.

Planilhas. Para se ter informações precisas quanto à realidade dos custos de produção no Paraná, a Embrapa está desenvolvendo planilhas regionais, adequadas aos diferentes sistemas produtivos. Essas planilhas, elaboradas com metodologia científica e validadas pelos produtores, vão servir como referência para negociar preços. As diferenças regionais são significativas. No Sudoeste, por exemplo, os frangos alojados têm um ciclo de 31 dias e densidade de 17 aves por metro quadrado. Já no Oeste do estado, há menor concentração de aves e um ciclo mais prolongado. Tudo isso, observa Brustolin, altera a composição dos custos de produção e precisa estar lançado nas planilhas, em vez de se computar os valores médios do estado.

As planilhas regionalizadas serão usadas nas negociações que os avicultores devem ter com as integradoras nas próximas semanas.  

Boletim Informativo nº 1014, semana de 21 a 27 de julho de 2008
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná
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