Em 2006, o casal Roberto e Noélia Marcondes decidiu participar do Programa Empreendedor Rural (PER) como uma alternativa para diversificar sua propriedade, localizada em Cantagalo, e com a intenção de desenvolver um projeto na área de suinocultura. Passados dois anos, o projeto nem chegou a ir para o papel. Em vez disso, o casal aproveitou o projeto de pecuária de leite desenvolvido pelo colega Marcelo Veigantes, empreendedor rural de Guarapuava. "Inclusive, o projeto se adaptava melhor a nossa propriedade do que a dele", comentou Roberto, que durante o processo de implantação contou com o apoio e sugestões do autor.
Criar pasto para, somente depois, criar gado. Com esse pensamento, Roberto e Noélia iniciaram um trabalho que deu novos contornos e novas perspectivas à terra e aos negócios. A participação no PER teve continuidade das Fases dois e três do Programa. Noélia é, atualmente, uma das grandes mobilizadoras para novas turmas na região. " Na Fase três, criamos consciência do envolvimento com a comunidade e sua importância", disse Noélia.
Com o Empreendedor Rural, os produtores aprenderam a importância de manter a equipe de trabalho motivada e bem preparada tecnicamente. A propriedade já passou pelo curso De OLHO na Qualidade e também por treinamentos na área de bovinocultura de leite. "A atividade leiteira é cheia de detalhes. Aí entra de novo o SENAR-PR, com os cursos de manejo", ressaltou Roberto, que acredita que os investimentos em recursos humanos são uma das prioridades para o sucesso de qualquer projeto.
Um dos aspectos destacados pelos empreendedores é que o projeto foi implantado em um período de crise para a atividade leiteira e, mesmo nessas condições, com o leite a R$ 0,36 o litro, era viável. "Uma das coisas que aprendi com o SENAR-PR é que não se faz nada sozinho. Há 18 anos botei muito dinheiro aqui na propriedade e não sei onde. Antes tinha apenas controle fiscal, não gerencial. Se fosse hoje, com o Empreendedor Rural, saberíamos". A meta de Expedito e Noélia é atingir uma produção de 1000 litros de leite por dia. Atualmente, são 500 litros por dia. "Dentro da atividade, o que é preciso fazer, tem de ser feito. Tem coisas que não custam, valem", acrescentou Roberto.