O Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2008-2009 foi lançado no dia 02 de julho, em Curitiba, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante o lançamento, que aconteceu no Centro de Eventos Expo Unimed Curitiba, no campus da Universidade Positivo, e reuniu cerca de mil e trezentas pessoas, o presidente ressaltou que o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, foi preciso. "Aliás, eu acho que já participei, com este, de sete planos safras. Acho que nunca tivemos tanta precisão em apresentar um programa para a agricultura brasileira", disse.
Segundo Lula, o Plano foi feito sob a compreensão da necessidade e do significado que o Brasil tem, neste momento, na história da humanidade e do Planeta. "Se não soubermos aproveitar a oportunidade que estão se apresentando para o Brasil, América Latina e África, corremos o risco de jogar fora a oportunidade e, daqui a 10 ou 15 anos, nossos netos estarem com as mesmas pendengas de décadas. A hora é agora", afirmou.
O presidente ressaltou a importância da tecnologia desenvolvida pela Embrapa. "Um dia, este país compreendeu que precisava investir em tecnologia. E a Embrapa contribui com uma revolução neste País, que hoje se coloca como o principal conhecedor tecnológico na área da agricultura tropical. "O mundo está comendo mais. O que para os outros é uma crise, para nós é uma extraordinária oportunidade para nos transformamos no celeiro do mundo. O Brasil precisa ser um grande exportador de conhecimento também e não apenas um grande exportador de grãos", disse.
Plano - Para Stephanes, a agricultura nacional está sendo estruturada, de uma forma geral, com medidas de médio e longo prazo. Sobre o PAP 2008/2009, ele afirmou que as diretrizes são elaboradas para uma safra. Porém, com a crise de alimentos atual, os próximos planos devem também contemplar ações futuras. Como medidas de médio e longo prazos em andamento, o ministro citou a reestruturação da dívida rural, o projeto de lei que cria o Fundo de Catástrofe, o Plano de Aceleração do Crescimento da Pesquisa, os investimentos em infra-estrutura e logística, como também, a defesa sanitária.
Quanto ao Fundo de Catástrofe, Stephanes espera que, até o final do ano, seja aprovado o projeto, enviado ao Congresso Nacional em maio. Segundo ele, o fundo irá funcionar como um resseguro em casos de catástrofes climáticas que causem grandes perdas de safra. Até dezembro, ainda deve ser lançado um programa de incentivo à produção de adubos e fertilizantes.
Entre as autoridades presentes, estiveram o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, o governador Roberto Requião, o secretário da Agricultura, Valter Bianchini, o prefeito de Curitiba, Beto Richa, além de deputados federais e estaduais. Representaram o setor agropecuário, o presidente da FAEP, Ágide Meneguette, o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, e o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas.
Reivindicações - Representando o setor produtivo, Freitas fez
reivindicações ao presidente da República. Entre elas, ele defendeu a
implantação de uma política consistente de garantia de renda
setorial, que visa dar estabilidade e previsibilidade para o
agronegócio brasileiro e o aprimoramento do seguro rural, considerando
faixas de produtividade por mutuário e também nível de cobertura. Em
relação à infra-estrutura, Freitas defendeu a permissão para que navios
de bandeira estrangeira possam realizar a navegação de cabotagem. "O
que viabilizaria o aumento consistente da produção de trigo no Brasil",
disse.