Em reunião de três dias, 17,18 e 19 de junho, em Belo Horizonte-MG, os membros da Comissão debateram sobre as realizações dos últimos anos e como base para definir o foco para atuação atual e futura.
O alicerce dos trabalhos futuros foi construído a partir da afirmação de realizações de envergadura, frutos de profissionalismo e empenho da Comissão, como o direito de imposição de tarifas anti dumping, participação ativa em organismos internacionais de defesa da eliminação de barreiras ao livre comércio e aumento das exportações, forte acompanhamento e intervenção nos projetos de interesse do setor em tramitação no congresso, empenho para a aplicação da IN 51, forte atuação no combate a fraudes, entre outros.
Os representantes de 15 federações de agricultura presentes, representando as regiões mais importantes na produção de leite no Brasil, definiram as áreas que farão parte da agenda da Comissão.
Aos temas que já vêm sendo alvos das ações da Comissão, como os citados anteriormente, e que continuarão na agenda, incorporaram-se novas frentes e decidiu-se pela intensificação de ações em outras, isso para adaptar os trabalhos da comissão ao ritmo acelerado de transformações que vêm ocorrendo no setor.
O exemplo mais marcante dessas transformações é a concentração industrial que começou a intensificar-se em 2007 e já mudou o posicionamento de empresas de porte internacional num ranking que se mantinha estável há muitos anos, a tal ponto de indústrias tradicionais serem ultrapassadas por outras de recente entrada no setor e que chegam com força gigantesca face a incorporações de plantas de todos os portes.
A um primeiro olhar isso é saudável, pois a concorrência pela matéria prima entre empresas fortes poderá manter os preços ao produtor em patamar elevado. Porém a médio prazo, a situação é preocupante pela possibilidade da concentração chegar ao ponto de pesar muito forte na formação de preços.
Este cenário será acompanhado de perto pela Comissão Técnica com o objetivo de identificar providências a serem tomadas caso essa preocupação se concretizem, ao mesmo tempo em que, proativamente, buscará identificar medidas para neutralizar possíveis efeitos negativos da concentração.
Trabalhar pela garantia dos interesses do setor na Reforma Tributária, bem como nas questões trabalhistas e ambientais, pela continuidade das ações que levem os órgãos competentes ao efetivo combate às fraudes, pela implementação de medidas que cooperem para a redução de custos de produção (como a desoneração de impostos sobre os insumos necessários à atividade) e pelo estímulo à intensificação do pagamento diferenciado do leite conforme a qualidade foram outros aspectos considerados prioritários dentre as ações desejadas pelos membros da Comissão Técnica.
Merece destaque a importância dada à necessidade de capacitação de produtores e seus empregados para que esses possam posicionar-se neste cenário com o profissionalismo exigido e que já foi alcançado pelos componentes dos demais elos da cadeia.
O atendimento à demanda por capacitação profissional deverá ser articulada junto a administração central do SENAR e estados produtores.
Representaram a FAEP na reunião o presidente e a assessora da Técnica de Bovinocultura de Leite, Ronei Volpi e Maria Silvia C.Digiovani.
Maria Silvia C.Digiovani
DTE/FAEP