As condições climáticas adversas no período de plantio do milho norte-americano, nas principais regiões produtoras e, mais recentemente, a continuidade das chuvas e as conseqüentes inundações criaram uma expectativa de quebra de safra nos Estados Unidos na safra 2008/09.
A região mais afetada, o Meio Oeste norte-americano, é conhecida dos produtores paranaenses através das viagens técnicas realizadas pelo Sistema FAEP/SENAR. Os estados de Iowa, Indiana e Illinois (o coração do Corn Belt) estão em situação de calamidade com as inundações registradas. Em algumas dessas regiões poderá haver a necessidade de replantio do milho.
De acordo com Safras & Mercado, os problemas no período de plantio, chuvas contínuas, temperaturas baixas, excesso de umidade, inundações, perda de adubação, má germinação e desenvolvimento inicial levaram o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos a considerarem uma redução no potencial de produtividade já no relatório de junho de 2008.
O mercado tem a percepção que a área cultivada com o cereal poderá ser menor que a prevista dada a situação vigente e ainda existe a possibilidade da produtividade média ficar aquém dos 9.336 kg/hectare previstos. Cabe ressaltar que ainda há um período razoavelmente longo do mercado do clima para enfrentar no caso dos Estados Unidos.
Com isso, os preços do milho experimentaram uma forte elevação nas últimas semanas. Num primeiro momento, os preços na Bolsa de Chicago alcançaram US$ 6,00/bushel (US$ 14,17/saca), tal ocorreu com a notícia de não conclusão do plantio até 30 de maio, data limite. Já no segundo momento, o pano de fundo foi a perspectiva de quebra de safra e queda nos níveis de produtividade, quando os preços ultrapassaram a barreira de US$ 7,00/bushel (US$ 16,53/saca), o maior preço dos últimos anos e recorde na história do mercado do milho na Bolsa de Chicago.
Na terça-feira (17) os contratos futuros para julho fecharam o pregão cotados a US$ 17,53/saca, equivalente a R$ 28,34/saca.
Os olhares do mercado convergem para os relatórios semanais de condições das lavouras e ainda para o relatório a ser divulgado pelo USDA no dia 30 de junho, trazendo a área efetivamente plantada conforme informações de Safras & Mercado.
A figura, a seguir, traz o comportamento diário dos preços em junho, podendo-se observar a escalada ascendente dos preços no mercado internacional.
Gilda Bozza Economista DTE / FAEP