As duas palestras ministradas durante o Encontro tiveram um ponto em comum. Sob aspectos diferentes, as duas abordaram as perspectivas para os jovens no meio rural. O assessor da diretoria da Faep, Antonio Leonel Poloni, ressaltou a importância da formação e da informação na emancipação e na transformação do indivíduo. "É melhor errar fazendo e aprender o que não se deve fazer", sugeriu o palestrante durante a conversa com os jovens.
Poloni também advertiu os jovens para as oportunidades que o mercado globalizado apresenta ao Brasil e os desafios futuros em termos de produtividade, logística, certificação e valor agregado dos produtos que podem ser trabalhados em prol do produto nacional.
A senadora Kátia Abreu destacou questões relacionadas ao custo de produção, oferta e demanda de alimentos, à carga tributária e à logística de transporte. Em uma avaliação das perspectivas do agronegócio, ela encorajou os jovens. "Se vocês perguntarem, será que eu tenho chance de ganhar dinheiro com o agronegócio? Eu digo que sim". Com base em dados estatísticos, a senadora mostrou que até o ano de 2025 o mundo terá dois bilhões a mais de habitantes que hoje, que vão precisar se alimentar. "Os dois países mais populosos do mundo não têm mais um pedaço de chão para produzir. Nós, no Brasil, temos muito a crescer em produção. Serão necessários pelo menos 2 bilhões de toneladas de grãos a mais para alimentar essa população", observou.
Depois de expor aos jovens a oportunidade que o agronegócio representa, a senadora tratou de alguns gargalos que interferem na competitividade dos produtos brasileiros e que devem ser enfrentados e combatidos pelos jovens desde já, entre os quais, a alta incidência de impostos sobre a produção no Brasil, onde a metade do preço de um aparelho de telefone celular é paga em impostos. "De tudo que se produz no Brasil, 36% vão para os cofres oficiais. O leão está muito feroz, tirando mais dinheiro do que precisa do bolso do brasileiro", alertou.
Outra dificuldade tratada durante a palestra foi em termos de logística. A senadora criticou a falta de planejamento e de visão estratégica da administração federal. "Como produzir alimento barato se não temos transporte eficiente? Da porteira para dentro está tudo ótimo. Da porteira para fora começa o nosso desespero", completou.
Na avaliação de Katia Abreu, a geração jovem está preparada para administrar a atividade rural uma atividade empresarial, fazendo contas e tendo controle de tudo. O que ela ressalta, além disso, é a importância da politização desses jovens. "Tem que entender que a sua vida passa pela política partidária e pelas leis, você queira ou não. Por isso, é preciso estar atento ao seu candidato. O parlamentar precisa ser cobrado", concluiu.