Esforços conjuntos para produzir  
café de qualidade no Paraná

O produtor Sebastião Ribeiro, de Carlópolis só  
colhe café maduro e visa concurso de qualidade.

O Norte Pioneiro, uma das regiões tradicionais na produção de café, encara um novo desafio: ser reconhecido pela produção de café de qualidade. Muitos passos já foram dados nessa direção e o resultado é que há alguns anos o Paraná mantém representantes no ranking dos melhores cafés do Brasil.

Mas isso não é o bastante. É preciso difundir conceitos e processos de qualidade entre os produtores e estabelecer um compromisso com a melhoria constante. O SENAR-PR oferece uma linha de cursos na área de cafeicultura que muito tem contribuído nesse sentido. O ano de 2007 registrou aumento significativo na demanda de cursos nessa área, tendência que se mantém este ano, com 46 cursos realizados entre os meses de janeiro e maio, contra 42 cursos realizados no mesmo período de 2007.

Cultivo de café adensado, colheita manual, podas e desbrotas, pragas e doenças do cafeeiro, processamento e secagem e, mais recentemente, colheita mecanizada são os módulos oferecidos pelo SENAR-PR. Ao todo, foram 102 cursos na área de café realizados em 2007, somando 1.530 participações. A expectativa, para este ano é atingir um público de trabalhadores e produtores 20% maior.

Para o instrutor Célio Marques Luciano Gomes, que presta serviços ao SENAR-PR, a safra deste ano requer muita atenção. "Em ano de safra grande, e esta promete uma das maiores do País, é comum relaxar na qualidade. Em ano de safra baixa, qualquer café ruim fica bom", comentou Gomes. Por isso 'fazer qualidade' é a tônica dos treinamentos do SENAR-PR. "Quem caprichar vai ganhar lá na frente, porque tenho a impressão de que vai faltar café bom".   

Se a solução são produtores comprometidos, bons exemplos não faltam. Em Carlópolis, o pequeno produtor Sebastião Ribeiro, participante assíduo nos cursos do SENAR-PR, conta somente com o auxílio de sua mulher no manejo da lavoura de café.  Ribeiro colheu só café maduro e colocou em terreiro suspenso. A técnica da coleta seletiva garantiu uma produção de qualidade, pronta para enfrentar a concorrência na edição do concurso de qualidade deste ano.  

Treinamentos no período que antecede a safra já fazem parte da rotina da Fazenda Palmeira, em Santa Mariana há alguns anos. São 170 hectares reservados ao cultivo do café. O administrador da propriedade, Matias Caetano dos Reis, já participou de cursos do SENAR-PR na área de gestão rural, além dos dirigidos à cafeicultura, e tem consciência do diferencial de uma equipe de trabalho qualificada. "Os treinamentos trazem inovação, dedicação ao trabalho e, sobretudo, valorização do capital humano", observou.

Para Matias, as conseqüências mais visíveis desse processo estão na colheita bem feita, em cafeeiros bem manejados, na mão-de-obra profissionalizada e na permanência da equipe que trabalha durante a safra. Todos os trabalhadores são registrados em carteira e a rotatividade, que já foi bem maior, hoje gira em torno de 35%. "Quem colhe tem consciência de que tem que fazer bem feito. O pagamento é feito com base na produtividade. Hoje só colhemos no pano. No terreiro, foi adotado processo de descascar todo o café, inclusive o verde e o bóia. Isso aumenta a qualidade e baixa o custo de produção", acrescentou.

Boletim Informativo nº 1008, semana de 9 a 15 de junho de 2008
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná
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