O Paraná reconquistou o status de área livre de aftosa com vacinação. O anúncio foi feito na semana passada pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, e confirmado durante a 76ª sessão geral plenária da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Foram confirmados como livres de febre aftosa com vacinação os estados do Paraná, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe, Tocantins e o Distrito Federal.
Com a decisão, o Paraná pode voltar a exportar carne bovina para os países da União Européia (UE) e põe fim a um período de dois anos e meio, desde que foi penalizado com a suspensão das exportações de carnes bovina e suína, após suspeitas de focos da doença no estado.
No início do ano, a UE chegou a vetar totalmente as exportações nacionais. Atualmente, um número limitado de propriedades estava habilitado para a exportação ao bloco. Para o presidente da FAEP, Ágide Meneguette, o reconhecimento implica em novas responsabilidades. "Uma coisa é reconquistar o reconhecimento da OIE e outra, é reconquistar o mercado", observou.
Meneguette lembrou o grande esforço exigido há oito anos, quando o Paraná conquistou o status de livre de aftosa com vacinação pela primeira vez. "Agora, temos que retomar esse trabalho com muita responsabilidade para garantir essa nova oportunidade. É preciso que iniciativa privada e governo trabalhem juntos, cada um fazendo seu papel, para que não corramos o risco de nova interrupção no mercado", destacou.
Na avaliação do presidente da FAEP, o grande desafio do setor, a partir de agora, é estabelecer a sanidade como prioridade permanente. "A sanidade tem que ser colocada como ação prioritária do Estado. O prejuízo econômico é muito grande para que a questão seja deixada para segundo plano. Foi o que aconteceu e agora, cabe a nós, a tarefa difícil de reconquistar o que perdemos", disse.
O diretor executivo do Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Estado do Paraná (Fundepec-PR), Ronei Volpi, destacou a importância da conquista para bovinocultores e, principalmente, suinocultores, que perderam muito espaço no mercado internacional. "É um prejuízo difícil de mensurar porque não se trata apenas do que deixou de ser exportado. Está relacionado com a redução no preço da arroba e na perda de espaço e competitividade no mercado internacional", disse.
Em relação ao desafios, além da implantação da rastreabilidade, Volpi ressaltou a importância de se trabalhar com tolerância zero na área de sanidade. "Essa é uma lição que o Paraná tem que aprender. Tanto produtores, quanto a indústria e o governo não poderão negligenciar os trabalhos de vigilância sanitária em momento algum", concluiu.