As exportações paranaenses no 1º quadrimestre de 2008 foram de US$ 4,28 bilhões contra US$ 3,45 bilhões em igual período de 2007. O crescimento foi de 24%. As importações aumentaram 49% passando de US$ 2,27 bilhões para US$ 3,38 bilhões. Com isso o superávit comercial foi menor, passando de US$ 1,18 bilhão para US$ 908 milhões.
Já as exportações do agronegócio foram de US$ 2,82 milhões, um crescimento de 33% relativamente ao mesmo período de 2007 (US$ 2,12 bilhões) e participam com 66% das exportações paranaenses. O Paraná mantém sua posição de terceiro estado maior exportador do agronegócio brasileiro com uma participação de 14%, conforme dados da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Por destino das exportações, é importante ressaltar o crescimento, em relação a igual período de 2007, com destaque para os mercados: África do Sul (117%); Argentina (71%); Itália (66%); Países Baixos (58%); Arábia Saudita (49%) Bélgica (49%), Rússia (46%); China (39%); Alemanha (22%); Japão (20%). Por outro lado, países como os Estados Unidos, Reino Unido e Irã registraram queda nas exportações de -23%, -27% e -61%, respectivamente.
O complexo soja (grão, farelo, óleo bruto e óleo refinado) liderou as exportações do agronegócio paranaense com receita de US$ 1,12 bilhão, impulsionado pelos preços da soja em grão e farelo de soja. A comercialização de soja em grão alcançou US$ 498 milhões, com um volume exportado de 1.250 mil toneladas. O preço médio de exportação, no período, foi de US$ 398,37/tonelada, cerca de 49% superior relativamente ao preço médio de exportação de igual período de 2007 (US$ 266,33/t). Já as exportações de farelo de soja somaram US$ 312 milhões e um volume exportado de 242 mil toneladas.
Pelo Porto de Paranaguá, foi escoado um volume de 2,41 milhões de toneladas do complexo soja em grão, 6,5% inferior em relação ao 1º quadrimestre de 2007 (2,58 milhões de toneladas).
O grupo carnes (aves, bovina, suína e outras) somou vendas externas de US$ 618 milhões contra US$ 424 milhões, configurando um crescimento de 46% em relação ao 1º quadrimestre de 2007.
As vendas externas de carne de frango passaram de US$ 339 milhões para US$ 439 milhões, ou seja, um incremento de 29%, resultado dos melhores preços praticados no mercado internacional. A quantidade exportada cresceu apenas 8%.
No caso da carne suína as exportações mantiveram-se praticamente estáveis na geração de receita e com queda no volume comercializado. O valor exportado passou de US$ 19,0 milhões para US$ 19,7 milhões. O volume comercializado caiu de 11,6 mil toneladas para 9,15 mil toneladas (-21%).
As vendas externas de carne bovina, haja vista que ainda persistem as conseqüências do acontecido em outubro de 2005 (caso da febre aftosa), totalizaram US$ 8,23 milhões, esboçando reação em relação ao mesmo período de 2007 (US$ 3,39 milhões), resultado da reabertura de alguns mercados, como a Rússia, por exemplo.
Os produtos florestais totalizaram US$ 524 milhões contra US$ 450 milhões em igual período de 2007. O aumento observado foi de 16%. O sub-setor madeira gerou receita de US$ 369 milhões. Já o sub-setor de papel e celulose arrecadou divisas de US$ 155 milhões.
As receitas geradas com as exportações do complexo sucroalcooleiro totalizaram US$ 144 milhões, com acréscimo de 42% quando comparadas com as exportações de igual período de 2007 (US$ 101 milhões). As exportações de açúcar cresceram mais em função do quantum comercializado do que os preços praticados no mercado internacional. No 1º quadrimestre de 2008, foram exportadas 356 mil toneladas de açúcar com receita de US$ 93 milhões contra um volume exportado de 192 mil toneladas e receita de US$ 52 milhões registrados no 1º quadrimestre de 2007.
As exportações de álcool permaneceram praticamente estáveis no patamar de 97 milhões de toneladas comercializadas. A receita obtida com as exportações foi de US$ 50,9 milhões contra US$ 49,7 milhões de toneladas, relativamente a igual período de 2007.
Cereais, Farinhas e Preparações - As exportações de milho em grão totalizaram no acumulado janeiro/abril/2008 um volume de 617 mil toneladas e receita de US$ 138 milhões.
Café - Exportações totais de US$ 97 milhões. As exportações de café solúvel somaram US$ 67 milhões. Já as exportações de café verde totalizaram US$ 23 milhões. Extratos, essenciais e concentrados de café registraram geraram divisas de US$ 7 milhões.
Couros, Produtos de Couro e Peleteria As exportações do complexo couros, produtos de couro e peleteria somaram, no período analisado, US$ 39 milhões.
Demais Produtos de Origem Vegetal - O complexo exportou no total US$ 18,8 milhões. O sub-setor enzimas e seus concentrados somaram US$ 5,1 milhões. Sementes de cereais totalizaram US$ 4,8 milhões. Já outros produtos de origem vegetal alcançaram US$ 3,8 milhões. Demais produtos (essências derivadas de madeira, colofonias, ácidos resínicos e seus derivados, plantas medicinais e perfumaria, óleo essencial de laranja, gomas e resinas dentre outros) somaram US$ 13,9 milhões.
Produtos Alimentícios Diversos - Foram geradas divisas de US$ 18, 3 milhões, assim distribuídas: leveduras e pós para levedar = US$ 7,5 milhões; produtos de confeitaria = US$ 5,18 milhões; margarina = US$ 5,06 milhões e outros produtos = US$ 537 milhões.
Demais Produtos de Origem Animal (ovos, outras substâncias protéicas, farinha ce carne, outros produtos de origem animal, penas e peles de aves, gorduras de porco, ossos e osseína e outros) - Exportações totais da US$ 15,9 milhões.
Rações para Animais - As exportações de rações para animais somaram US$ 11,7 milhões.
Lácteos - O complexo lácteos registrou uma exportação, no 1º quadrimestre de 2008, de US$ 10,5 milhões, com um aumento de 292% sobre igual período de 2007 (US$ 3,6 milhões).
Outros complexos agroindústrias (cacau e seus produtos, fibras e produtos têxteis, bebidas, fumo e seus produtos, produtos hortícolas, produtos apícolas, sucos de fruta, animais vivos, chá, mate e especiarias, produtos oleaginosos (exceto soja), frutas e pescados - As exportações totalizaram US$ 39,7 milhões.
Gilda Bozza
Economista - DTE / FAEP