O Paraná, que já foi o maior produtor de café do Brasil, hoje deve produzir menos de 10% da safra nacional 2007/2008. No entanto, muitos esforços têm sido feitos para que tornar o café paranaense competitivo não apenas na quantidade, mas na qualidade do produto final, oferecendo ao mercado consumidor um produto com características próprias, com destaque para o sabor frutado, aroma suave, corpo e doçura da bebida.
Entidades de pesquisas e técnicos estão engajados nesse processo, mas de acordo como instrutor Célio Marques Luciano Gomes, que presta serviços ao SENAR-PR, o que tem chamado a atenção é o papel que o produtor de café no seu dia a dia, que por conta e risco próprios, busca melhorar seus métodos e formas de conduzir a lavoura e avaliar os resultados. Em curso recente, realizado nos dias 28 e 29 de abril, na Fazenda Palmeira, município de Santa Mariana, o instrutor foi testemunha do esforço dos produtores.
"Não satisfeitos com o modelo de café descascado, onde a casca e a mucilagem são retiradas do grão, separando os grãos verdes dos maduros e dos grãos secos, na Fazenda Palmeira, adotou-se o sistema de também descascar o verde e o café bóia", contou Gomes. Para isso, alguns equipamentos em desuso foram adaptados. Também foi criado um processo de recepção e processamento do café que vem da lavoura. "Com isso, é possível aumentar o rendimento de café de ótima qualidade, otimizar o uso dos equipamentos e terreiros, reciclar a água de lavagem e diminuir os custos operacionais, conseqüentemente aumentando sua renda", concluiu.