O agricultor sofre com a burocracia nos bancos para obter o financiamento da safra. O crédito rural para custeio é contratado pelos mesmos produtores, guardando valores e condições gerais repetidos safra a safra. Ou seja, de seis em seis meses para o produtor acessar o custeio é feito um contrato por produto, propriedade e safra. O registro das cédulas e a burocracia inerente à formalização das garantias são realizados a cada safra de inverno e verão, onerando o custo das operações e atrasando a liberação dos recursos.
A formalização dos contratos de custeio poderia ser simplificada, como forma de tornar ágil o atendimento aos clientes, reduzir despesas operacionais e massa de trabalho para os bancos. As despesas cartorárias com o registro de cédulas hipotecárias além de representarem ônus elevado para os produtores transformam-se, algumas vezes, em barreiras intransponíveis para a obtenção do crédito de custeio, comercialização e de investimento.
A proposta da FAEP de criar um crédito rotativo automático para o custeio comercial é um desejo dos produtores rurais e até dos agentes financeiros. Os beneficiários seriam os produtores com mais de cinco anos de relacionamento no banco, ou seja, clientes tradicionais.
O produtor faria o registro de apenas um contrato com as garantias, denominado "contrato principal", sendo válido por 5 a 10 anos a critério do banco. Registrado o "principal", a cada safra o banco é informado da área que vai ser plantada pelo produtor, disponibiliza a linha de crédito e os recursos. O produtor libera o empréstimo utilizando o cartão do banco e a assinatura do contrato é a senha eletrônica. Desta forma, não há necessidade de novo registro das garantias e assinatura de avalistas. Crédito rural simplificado, acesso facilitado, com baixo custo operacional e rotativo. Uma revolução possível. Basta o governo querer.
Pedro Loyola
Economista - DTE / FAEP