Há anos que entidades governamentais, privadas (GEIPOT, BNDES. IPEA, FAEP, OCEPAR) e universidades alertam para o grande gargalo que a logística representa para a agropecuária nacional. No caso da soja em grão, de baixo peso específico e sem agregação de valor, a persistência desse gargalo representa perdas anuais de 2 bilhões de reais para os exportadores. E também afeta o ganho da produtividade no campo. Com isso, as possíveis vantagens escorrem torneira abaixo à medida que a produção sai da porteira e é escoada para as estradas.
As despesas de frete até o porto e o pedágio agravam ainda mais a situação. No pico da safra, por exemplo, os fretes sofrem aumentos significativos uma vez que a demanda é maior. Nesse período, há uma maior pressão sobre os fretes rodoviários porque as safras de milho e soja são coincidentes.
Nos Estados Unidos, existe uma infra-estrutura interna de transportes rápida e barata. Por ela, são transportados grandes volumes de commodities do produtor até o consumidor. Com um sistema de transportes mais eficiente e menos oneroso, assentado no sistema modal hidroviário, os americanos anulam a vantagem competitiva do produtor brasileiro. No custo de transporte, os Estados Unidos têm vantagem, com um saldo de US$ 20,00/tonelada a seu favor.
A situação complica-se ainda mais quando as despesas portuárias são agregadas. No Brasil, o custo portuário é de US$ 7,00/tonelada. Já nos Estados Unidos, é de US$ 3,00/tonelada. Ou seja, há uma diferença favorável aos Estados Unidos de US$ 4,00/tonelada. Com isso, o produtor americano tem um custo de despesa portuária 57% inferior.