Os alimentos não são os itens que mais contribuem para a alta da inflação. Na verdade, durante anos, os produtos alimentícios foram fundamentais para segurar a inflação e manter a estabilidade econômica do País. É o que aponta o estudo elaborado pela FAEP em abril para avaliar a participação dos alimentos na pressão inflacionária.
Os alimentos que ficaram um pouco acima da inflação oficial foram os cereais, legumes e oleaginosas, como feijão, soja, milho e arroz, que tiveram um avanço de 244,09%. Os alimentos panificados tiveram alta de 224,43%, praticamente igual ao da inflação oficial.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o referencial para medir a "inflação oficial" brasileira e é elaborado pelo IBGE. Quando é mudado o foco de curto prazo para uma análise de longo prazo, observa-se que outros setores da economia têm maior impacto no aumento do custo de vida do brasileiro.
Entre os setores que têm preço administrado e determinado pelo governo, o grupo da comunicação, que envolve os telefones fixos, celulares e os correios, registrou uma inflação de 659,54% entre 1994 e 2008. Os combustíveis domésticos, como gás de bujão e encanado, subiram 640,40% e o transporte público ficou 458,87% mais caro. Já o grupo da habitação, que compreende aluguel, energia elétrica e gás, apresentou uma alta de 436,57% no período analisado.