Em várias regiões do Paraná produtores rurais estão unidos para garantir o máximo de cobertura de vacinação do gado contra a febre aftosa. A primeira campanha da vacina em 2008 começou dia 1.º no Condomínio Brahman Chaco, em Cascavel, e vai até 20 de maio. O presidente do Sindicato Rural de Cascavel, Nelson Menegatti, participou da solenidade representando a Federação da Agricultura do Paraná (FAEP).
No Sudoeste os Conselhos Municipais de Sanidade Agropecuária (CSAs) adotaram a imunização por meio de vacinadores credenciados. A experiência, já levada a cabo em anos anteriores, tem garantido os mais altos índices de cobertura no estado, fechando praticamente em 100%.
A vacinação feita por profissional contratado evita a possibilidade de alguém comprar as doses da vacina, apresentar as notas fiscais à unidade veterinária da SEAB, sem ter feito a imunização. "Infelizmente, há casos de irresponsabilidade, em que a pessoa chega a jogar fora a vacina para não se dar ao trabalho de reunir os animais e vaciná-los", diz o assessor técnico do Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Paraná (FUNDEPEC), Celso Doliveira.
Os vacinadores são credenciados pela Secretaria da Agricultura. Muitos fizeram o curso do SENAR-PR "Trabalhador no Bovinocultura - Aplicação de vacinas e medicamentos por via injetável", o que assegura um serviço eficiente e com menor risco de danos à saúde dos animais, por imperícia do aplicador.
Há ainda uma vantagem econômica quando os produtores decidem se associar na compra e aplicação das vacinas. A quantidade mínima vendida é um frasco com 10 doses; mas como o vacinador percorre várias propriedades, é possível a venda fracionada. Assim, um produtor com 13 animais que recorra ao serviço do vacinador só vai pagar pelas 13 doses, quando, normalmente, teria o custo de 20 doses. O custo médio de uma dose da vacina hoje, no Paraná, é de R$ 1,00. Com o serviço do vacinador, o custo vai para R$ 1,50 - também em média.
Celso Doliveira destaca a importância de aumentar o percentual de vacinações controladas - oficiais, assistidas e fiscalizadas. "As vacinações controladas devem ser feitas em áreas ou estabelecimentos de maior risco ou de importância estratégica. Elevados índices de vacinações controladas aumentam a credibilidade do serviço de Defesa Agropecuária do Estado junto ao Ministério da Agricultura e à Organização Mundial de Saúde Animal. Portanto, é fundamental que os produtores estejam conscientes e facilitem a ação dos vacinadores, por que a não-imunização neste momento pode trazer prejuízos incalculáveis a diversas cadeias produtivas, como leite, corte e suínos", diz o veterinário.
FRONTEIRA. Neste ano a Secretaria da Agricultura vai reforçar ainda mais o trabalho na área de fronteira entre o Paraná e o Paraguai. Todas as propriedades que fazem fronteira com o país vizinho e também com outros Estados vão ter vacinação acompanhada e a vigilância intensificada. As condições "A vacinação e o controle da febre aftosa na região de fronteira torna-se cada vez mais importante. Essa preocupação decorre das condições e períodos de campanha serem diferentes nos dois territórios: Paraguai e Paraná. Daí a necessidade de se evitar imprevistos em relação à aftosa", disse o secretário da Agricultura, Valter Bianchini.
Na última campanha, em novembro de 2007, o índice de cobertura vacinal chegou a 98,44%. "Estamos sempre perseguindo os 100% , que é a nossa meta, e para isso contamos com a participação do produtor, que é o responsável pela segurança do seu rebanho", comentou Marco Antônio Teixeira Pinto, chefe da Divisão de Defesa Sanitária Animal (DSA) da Secretaria da Agricultura.
De acordo com Marco Antônio, é importante também que o produtor se engaje na campanha, auxiliando o serviço público, informando as propriedades que não estão empenhadas em promover a vacinação. Quem não aderir à campanha de forma voluntária receberá multa no valor de R$ 81,44 por animal não vacinado, alerta Marco Antônio. No site www.seab.pr.gov.br há um link com mais informações sobre a febre aftosa, suas consequências para o animal, como prevenir, quais os procedimentos para a vacinação, onde comprar e como armazenar as doses da vacina, como comprovar a imunização, além de esclarecer sobre outras dúvidas.