O Paraná vai adotar este ano pela primeira vez o Vazio Sanitário para a soja. Por um prazo de 90 dias, entre os dias 15 de junho e 15 de setembro, será proibido cultivar ou permitir a manutenção de plantas vivas de soja, em qualquer fase de desenvolvimento. O vazio elimina, inclusive, a soja safrinha no Paraná.
A medida não tem como objetivo resolver o problema da ferrugem asiática, mas sim, somar a outras estratégias de manejo que visam reduzir a incidência do fungo. "O Paraná sai um pouco atrasado, mas o Mato Grosso, onde a medida é adotada desde 2006, obteve resultado foi bastante positivo, quanto à redução na infestação do fungo", disse Silvio Krinski, assessor técnico para Meio Ambiente da FAEP.
O Paraná é o segundo maior produtor de soja no Brasil, com uma produção de 11,6 milhões de toneladas (2007/2008). Em um levantamento divulgado pela Embrapa na última semana, foram constatados 2.100 focos de ferrugem nos 12 estados que estão dentro do sistema de alerta da empresa de pesquisa. Destes, 1.038 casos estão no Paraná. "Nós não podemos relacionar este número com a severidade da doença no campo. O que acontece é que no Paraná aumentou o número de pontos monitorados. Cooperativas, técnicos e produtores estão monitorando as lavouras", explicou Krinski. "Mas sabemos que sua ocorrência aumenta em duas ou três vezes o número de aplicações com fungicida", afirmou.
FINALIDADE - Como o fungo causador da ferrugem asiática da soja só sobrevive em hospedeiro vivo, o vazio sanitário visa interromper seu ciclo de desenvolvimento. O prazo de 90 dias é o tempo necessário para exterminar o fungo da lavoura. A medida faz parte do Plano Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja, implementado pelo Ministério da Agricultura em 29 de janeiro de 2007.
BENEFÍCIOS - "Quando tem o vazio sanitário o fungo, se aparecer, só vai retornar no final do ciclo. Com uma aplicação de fungicida o caso está resolvido e há uma redução nos custos de produção", explicou Krinski.
COMO PROCEDER - Cabe ao produtor monitorar e eliminar plantas de soja, até mesmo as voluntárias, até o dia 14 de junho de cada ano, nas áreas de sua responsabilidade.
FISCALIZAÇÃO - A fiscalização será feita sobre todos os agentes da cadeia produtiva desde o plantio, transporte, armazenagem, industrialização até a comercialização da soja.
PENALIDADE - Os produtores que não cumprirem a resolução sofrerão as penalidades legais, que podem chegar até à restrição de crédito rural e multa.