Começa no dia 1º de maio a primeira etapa da campanha estadual de vacinação contra febre aftosa de 2008 no Paraná, que vai até o dia 20 de maio e o foco será a intensificação da vigilância permanente na área de fronteira entre Paraná e Paraguai.
Quem não imunizar seu rebanho será multado no valor de R$ 81,44 por animal não vacinado e terá a vacinação compulsória dos animais, com custo revertido para o produtor.
Com a preocupação de intensificar a vigilância na região de fronteira, haverá vacinação acompanhada em todas as propriedades limítrofes a outros países e estados. Conforme georreferenciamento já feito pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento deverão ser visitadas cerca de 2,3 mil propriedades.
A previsão da Secretaria da Agricultura é vacinar 9,5 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos em todo o Estado. Nessa campanha a Secretaria está com sua estrutura técnica reforçada com a incorporação de 45 médicos veterinários ao Departamento de Fiscalização (Defis). Com isso espera-se atingir melhores índices de vacinação ou manter os já obtidos em anos anteriores que foram superiores a 98%.
Na última campanha de vacinação realizada em novembro passado no Paraná o índice de vacinação foi 98,44%. O objetivo é vacinar 100% do rebanho.
Em campanhas anteriores a Seab contou com a ajuda da Itaipu Binacional para fazer o georreferenciamento de todas as propriedades existentes ao longo da fronteira. Esse trabalho permite a localização imediata de qualquer uma delas, o que significa agilidade no combate à ocorrência de focos da doença ou mesmo de suspeitas.
Esse procedimento atende às normas da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) que não descarta a ocorrência da aftosa, mas determina que o combate seja imediato quando a doença se manifestar.
A erradicação da Febre Aftosa no Paraná abrirá um enorme mercado para a pecuária paranaense. A notícia da liberação de frigoríficos paranaenses para a exportação para a Rússia, divulgada recentemente, reabre as esperanças do resgate do reconhecimento do status sanitário do Paraná de "livre de febre aftosa com vacinação", por parte da OIE.
Por isso toda a vigilância e cuidado ainda são necessários para mantermos esta situação, de ausência da doença em território paranaense. A cada passo que damos rumo à erradicação, maior é a responsabilidade de todos na manutenção desta situação no estado. Qualquer falha, neste momento, traria prejuízos ainda maiores a pecuaristas e enfim, a toda a sociedade.
Para isso temos que trabalhar juntos
para eliminar os principais fatores de risco de introdução do vírus da
Febre Aftosa no Paraná que, pela ordem, são:
- Falta de vacinação;
- Ingresso de animais procedentes de áreas de risco sem atender as exigências sanitárias - ausência
de guia de trânsito animal (GTA);
- Circulação de criadores que têm propriedades no Paraná em outros estados ou países vizinhos de
maior risco de ocorrência da doença, como na Bolívia, por exemplo.
-
Circulação de técnicos que dão assistência em regiões ou
países onde existe uma maior atividade viral, ou seja, um maior
risco de ocorrência de febre aftosa.
É
importante lembrar que não só os animais transmitem a doença. O vírus
da febre aftosa pode ser transmitido por pessoas, veículos e qualquer
outro material que transite de uma propriedade afetada para outra. A
alta capacidade de transmissão da doença a torna uma ameaça mesmo a
longas distâncias.
Vale lembrar que a estrutura técnica, a conscientização, a participação e a organização da comunidade para erradicar a febre aftosa auxilia também no controle de outras doenças. E o mais importante de tudo, precisamos ter em mente que a garantia de uma boa vacinação nesta e nas próximas campanhas nos trará segurança para avançar rumo à erradicação.
Celso Doliveira
Assessor FAEP / Fundepec