Caminhos do Campo em Londrina
mobiliza cadeia produtiva

Ministro afirma que vem aí o PAC para pesquisa agrícola

   A viagem de 19 mil quilômetros da Expedição Caminhos do Campo - Safra 2007/08 - foi encerrada com um seminário técnico em Londrina, no dia 5 de abril, com a presença de 300 participantes (foto). O projeto promoveu quatro palestras e um painel com lideranças e autoridades, incluindo Reinhold Stephanes e Valter Bianchini, ministro e secretário da Agricultura, respectivamente. 

Durante o evento, o diretor de Agronegócio do Banco do Brasil, José Carlos Vaz, defendeu uma ampla reforma da legislação do crédito rural e convocou as entidades representativas a se unirem para estudar e propor mudanças na lei do crédito, que data de 1965. "Tecnicamente, é possível implantar um sistema de crédito pré-aprovado em três meses. O problema é que esse sistema precisa ser regulamentado na legislação e não há um prazo para isso", apontou. 

A presidente do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Alda Lerayer, e o pesquisador José Maria Silveira, do Núcleo de Economia Agrícola e Ambiental da Universidade de Campinas (Unicamp), afirmaram que a demora do Brasil em aprovar as pesquisas com transgênicos, está deixando o País para trás na competitividade com os países que avançaram em novas tecnologias, enquanto aqui ainda estamos na primeira geração de transgênicos.  

A pesquisadora Silvia Helena Garcia de Miranda, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), órgão da Universidade de São Paulo (USP), confirmou que os preços devem seguir acima da média, com possíveis sobressaltos, mas pediu cautela aos produtores e alertou os participantes sobre a possibilidade de um superaquecimento da demanda. 

Depois das palestras, foi a hora de as lideranças da Federação da Agricultura (FAEP), representada pelo diretor-financeiro da entidade, João Luiz Rodrigues Biscaia, Organização das Cooperativas (Ocepar) e da Sociedade Rural do Paraná (SRP) aproveitarem a presença das autoridades para defender a renegociação das dívidas e uma política para a sustentabilidade da atividade rural. O secretário Bianchini reconheceu a integração com as entidades como fator de desenvolvimento. Stephanes prometeu empenho na defesa da revisão das dívidas agrícolas. Segundo o ministro, a reestruturação do endividamento deve equacionar 70% dos problemas.  

O ministro anunciou que o governo está preparando um pacote de medidas para o desenvolvimento do setor agrícola, chamado por ele de PAC Agrícola e que conterá medidas complementares ao Plano de Aceleração do Crescimento, anunciado recentemente pelo governo. "Estou convencido de que o saldo futuro da agricultura dependerá ainda mais da pesquisa. Precisamos produzir mais, temos que evoluir em novas áreas. Temos também as questões climáticas e a necessidade de aumento da produtividade", disse. 

Stephanes declarou que as medidas têm como prioridade o equacionamento da dívida agrícola, a implementação do Fundo de Catástrofe, a pesquisa agropecuária e o aumento da renda do produtor rural. "Com o Fundo de Catástrofe o seguro agrícola vai efetivamente servir como instrumento para cumprir a função de Estado. Este instrumento será estruturante para o setor, a médio e longo prazos", conclui.