Lavoura de café do Paraná
cresce em produtividade

Apesar de uma redução de 3 mil hectares na área plantada, em relação à ultima safra, a produtividade nas lavouras de café do estado avançou de 13,5 sacas por hectare para quase 22 sacas, segundo dados da Secretaria estadual da Agricultura, que avalia a cafeicultura como um dos setores do agronegócio que estão em um momento positivo. O café adensado (espaçamento reduzido entre as ruas e entre as plantas) reaqueceu a cultura no Paraná após a geada de 1975 e hoje representa 55% da área cultivada no estado, de acordo como IAPAR. O resultado foi um ganho de 200% na produtividade das lavouras, além do sistema ser apontado como mais resistente às geadas.

O sucesso do café adensado é em muito creditado ao formato adequado às pequenas propriedades, já que a concentração de plantas não favorece a mecanização, favorecendo o uso de mão-de-obra. Esses fatores vêm despertando muitos interesses. O ex-prefeito de Maringá, Said Ferreira, sugere o retorno à cafeicultura intensiva como uma oportunidade para o Paraná fortalecer sua economia e aponta alguns fatores favoráveis como estrutura fundiária de pequenas e médias propriedades, geração de empregos e aproveitamento de mão-de-obra familiar, condições climáticas e de solo ideais para o cultivo, opção para diversificação de atividades na propriedade, plantio com financiamento pelo BNDES e enfim, a produtividade média do sistema adensado que é de 40 sacas por hectare em contraposição à do plantio convencional que é de 15 sacas por hectare.

Ferreira é um dos defensores de um Plano de implantação da cafeicultura intensiva nas regiões norte e noroeste do estado, como fonte de recursos para a industrialização de cidades do interior do estado e geração de empregos nas áreas urbanas. O plano prevê a planificação do plantio de 400 mil hectares de café adensado em pequenas e médias propriedades, tendo como resultado em oito anos a produção de 16 milhões de sacas de café que seriam somadas à produção atual de 1,6 milhão de sacas. Com base nisso estima-se a criação de 400 mil empregos diretos e 130 mil indiretos. "Devemos encarar a crise na agropecuária como os chineses a definem. Crise é oportunidade. É a oportunidade de reflexão e sobretudo de ações que determinarão o retorno dos áureos tempos do Paraná com o café criando oportunidades para os seus filhos no campo e na cidade". 


Boletim Informativo nº 915, semana de 12 a 18 de junho de 2006
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

VOLTAR